Geografia





Clima
O clima característico da região é o semiárido, onde se registram reduzidas quantidades de chuvas durante todo o ano e a evaporação é intensa, sendo que, as precipitações situam-se entre 600 e 900 mm anuais concentradas no verão, final do outono e começo do inverno. Observam-se maiores pluviosidades durante o verão, por causa da influência da ZCIT que atua no nordeste baiano, tendo como característica a forte umidade originada com a massa de ar equatorial continental (Amazônia). Do final do outono ao início do inverno, a região sofre influência da umidade proveniente do oceano Atlântico, porém as chuvas são bem distribuídas e com menos intensidade. As temperaturas situam-se entre 18° C, no inverno e 35° C, no verão, sendo que, a média observada durante o ano é em torno de 23° C.

Geologia
Em relação à Geologia, observa-se que Baixa Grande é formada predominantemente por rochas magmáticas e metamórficas, inseridas na Província de São Francisco, constituída por granitos e gnaisses durante o período arqueano, com algumas áreas apresentando cristais de rocha e sobre o embasamento cristalino de idade pré-cambriana.
Os solos na porção norte (N), noroeste (NO), oeste (O), sudoeste (SO) e sul (S) do município de Baixa Grande encontram-se os Argissolos Vermelho-Amarelo eutrófico (PVAe) que possuem boas condições físicas para o desenvolvimento das plantas e são de fertilidade natural média e alta (têm mais argila de atividade baixa do que de atividade alta), cobertos originalmente por vegetação de floresta estacional decidual em áreas privilegiadas. Porém um dos fatores limitantes que mais condiciona o uso agrícola é a deficiência de água na maioria da área de ocorrência, que apesar do relevo ondulado é utilizado para o uso agrícola, com culturas de milho e feijão, prioritariamente.
Ressalta-se que estes solos possuem grande potencial agrícola quando devidamente utilizados, ou seja, se realizada a adição de adubos, irrigação, calagem e também se aplicadas as práticas de conservação de solos nos terrenos acidentados. Essas práticas não são utilizadas por causa da baixa pluviosidade, temporalidade das águas fluviais, recursos financeiros e informação técnica.
Na porção NE, E, SE do município tem-se os Planossolos Háplico eutrófico solódico (SXen), que são solos poucos profundos ou rasos, cobertos originalmente por vegetação de caatinga, atualmente desflorestada, com drenagem imperfeita, saturação alta em torno de 90%, muito suscetíveis à erosão laminar ou até sulcos.
Como a região tem baixas precipitações, as condições físicas desses solos são desfavoráveis para o desenvolvimento de atividades agrícolas, sendo recomendados para pastagens na criação de ovinos e caprinos, pois, na época seca, eles ficam duros especialmente no horizonte B, por causa da saturação com sódio trocável elevado, e no período chuvoso, há o problema da drenagem imperfeita.
Nos setores de elevação média do município, observa-se a prática da mecanização de forma inadequada em sentido paralelo à descida das águas e sem o repouso necessário a resiliência dos solos. Com  isso, começa a surgir na superfície destes, uma feição cascalhenta, e ainda de forma pontual, uma menor área de solos Litólicos – conhecida pelo senso comum por lajedo –, que são rasos, pedregosos ou rochosos, muito utilizados na extração de pedra bruta ou transformados em paralelepípedos, brita, na construção civil.
A geomorfologia do município encontra-se na Depressão Sertaneja, na porção compreendida entre a Chapada Diamantina a oeste da Bahia e a Bacia Sedimentar do Recôncavo a leste. Essa morfografia é caracterizada pelo resultado da dissecação fraca das vertentes exogenéticas em tempos pretéritos e da interação da litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera numa incessante retroalimentação desde a sua mofogênese. Dentro desse percurso exógeno, há uma predominância do intemperismo físico que é o mais atuante em regiões semiáridas por causa da reduzida pluviosidade e elevada taxa de insolação.
Constata-se que o modelado é de desnudação, constituído de morros isolados, tabuleiros interiores nas porções norte, noroeste, oeste e sudoeste em forma de meia laranja ou feições convexas; separadas por vales longitudinais, monoclinais, de fundo chato, formando uma drenagem dentrítica na sua maior parte, alinhado no sentido noroeste-sudeste, apresentando desníveis de ordem de 20 a 50 metros. Na sua porção nordeste (NE), leste (E), sudeste (SE) e sul (S), o município apresenta um relevo mais rebaixado (sem morros), aplainado com declividade baixa em relação aos setores mais a montante.
Do ponto de vista da geomorfologia fluvial, apresenta uma rede de drenagem esboçando um padrão dendrítico (arranjo da drenagem assemelha-se à distribuição dos galhos de uma árvore e ocorre quando a rocha dos substratos é homogênea) e um regime fluvial intermitente. Por situar-se numa região semiárida, apresenta uma desfavorável rede de drenagem, uma vez que está sobre rochas do substrato granítico (rochas duras), com rios que divagam no meio dos sedimentos, sendo incapazes de transportá-los, pois não apresentam talvegues definidos.
Esses rios intermitentes apresentam pequena carga hidráulica e fluxo sazonal, com regime condicionado às limitações pluviométricas. Além disso, a desnudação vegetal, impermeabilidade pedológica e relevo com uma considerada declividade, em torno de 14º a montante desses rios, entre outros fatores, dificulta a perenização de suas águas. Também não se evidencia no município a formação de lagos naturais.

Vegetação 
A cobertura vegetal encontrada na faixa ocidental do município são os remanescentes de floresta estacional caducifólia e subcaducifólia que, desde o final do século XIX, vem sofrendo alterações antrópicas, pois já foi quase toda derrubada. Inicialmente, é feita a comercialização da madeira de lei e as espécies menos cobiçadas são vendidas como lenha para geração de energia térmica nos fornos das olarias, padarias e até mesmo residências, a posteriori são realizadas as queimadas, o plantio do milho, feijão, mandioca, e finalmente, a abertura de pastagens para a criação extensiva de bovinos. Dessa forma, o refúgio das espécies animais endêmicas é quase inexistente, aproximando-as de uma provável extinção.
Na porção oriental, a vegetação originária é de caatinga, o que é visível na fisionomia da paisagem. Há poucas manchas de remanescentes dessa vegetação, que a mais de um século vem sendo desmatada para a substituição por pastos na criação de bovinos e principalmente de caprinos e ovinos. Isso porque a atividade agrícola é quase inexistente, devido às condições físicas dos solos, (Planossolos Háplico eutrófico solódico) que são desfavoráveis – imperfeita drenagem no período chuvoso, duro no período seco, argiloso, compacto por causa do pisoteio dos animais (bovinos e caprinos) tornando-o pouco aerado –, às condições químicas (alto teor de sódio) e, sobretudo, climáticas (deficiência de água).
Há indícios da provável existência de uma área de tensão ecológica na interface da floresta estacional caducifólia e subcaducifólia e a caatinga, onde se observa a associação de espécies dos diferentes domínios florísticos, sendo possível ver plantas como a peroba rosa, pau d’arco e nas adjacências cactáceas de espécies variadas, que às vezes se contatam, justapondo-se ou interpenetrando-se, assinalando uma zona ecótono.


Recursos Hidrográficos

A Bacia Hidrográfica do Riacho da Vitória compreende a porção centro-sul do município de Baixa grande, abrangendo uma área de aproximadamente 404,5 km², onde está situada uma das nascentes do Riacho da Vitória, na fazenda Morro Pelado a 5 km ao norte da sede municipal.
A BHRV está entre as coordenadas geográficas 11º 53’ 32” a 12º 11’ 24”S e 40º 00’ 00” a 40º 11’ 39”W, na Depressão Sertaneja, a 369 m de altitude, na  mesorregião Centro Norte Baiano e está inserida no Território de Identidade da Bacia do Jacuípe.
A BHRV insere-se no tipo climático denominado Semiárido, onde se registram reduzidas quantidades de chuvas (600-900 mm) durante todo o ano, a evaporação é intensa, com temperatura média em torno de 23º C, pois o balanço hídrico na maior parte do ano é negativo.

(Fonte: BORGES, João at all. Diagnóstico geoambiental em ambiente semiárido com suporte da análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Riacho da Vitória – Baixa Grande - Bahia – Brasil)

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